Artista plástico e arquiteto criou jardins modernistas de espaços públicos e residências; o projeto que criou para o Eixo Monumental de Brasília completa 60 anos
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Roberto Burle Marx (1909-1994) é o maior arquiteto paisagista brasileiro e seu legado de descobertas sobre a flora e trabalho incansável em defesa dos ecossistemas só se confirma à medida que o tempo passa. Nascido em São Paulo, o jovem mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas-Artes. Em 1928, durante uma temporada na Alemanha, ficou fascinado por espécies tropicais que encontrou dentro do Jardim Botânico de Berlim. Ali se iniciava uma longa paixão com as plantas que o imortalizaram como o primeiro Urban Jungler.

Burle Marx iniciou a carreira de paisagista em 1933 trabalhando para o arquiteto Lúcio Costa (1902-1988), onde procurou aproveitar a produção nacional, como a vitória-régia e a flora típica da caatinga. Em uma época em que poucos ou quase ninguém valorizavam um tema tão importante hoje como a sustentabilidade, ele inovou ao criar jardins orgânicos, curvos, mesclando suas técnicas de pinturas a desenhos que vistos do alto, funcionam como diagramas orgânicos e de infinita beleza.

Em seis décadas de atividades ininterruptas, criou as paisagens modernas de inúmeras cidades brasileiras. Iniciando pela intervenção no Recife na década de 1930, criou os jardins da Pampulha, conjunto arquitetônico projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) em Belo Horizonte, e imprimiu de forma eterna a sua marca na paisagem do Rio de Janeiro com os jardins do aeroporto Santos Dumont, o parque do Aterro do Flamengo, as calçadas de Copacabana, os jardins suspensos do Outeiro da Glória, o Parque da Catacumba e o famoso calçadão de Copacabana. As paisagens mais significativas de Brasília também apresentam a marca de sua arte, como os jardins do Palácio da Alvorada, do Itamarati e da Justiça, do Ministério do Exército e o parque Rogério Pithon.
“Deus, pra mim, é a natureza”, diz Burle Marx. O modernista, a exemplo de seus colegas, rompeu com as inspirações europeias que reinavam no Brasil. Como grande amante das plantas, Roberto viajou por todo o país explorando as vegetações e colecionou e catalogou milhares de espécies de plantas brasileiras, que empregava em seus jardins, inclusive em seu sítio, em Guaratiba, no Rio.
Vasculhamos o acervo da Urban Arts para descobrir as inspirações de Burle Marx e homenagens que nossos artistas fizeram ao grande mestre. Descobrimos o agave, espécie que ele apreciava e também a vitória-régia, uma planta aquática proveniente da Amazônia.

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Burle Marx é um ícone inesgotável de inspiração. Sua sensibilidade artística está refletida em todo trabalho maravilhoso que nos presenteou.