A arquiteta Guta Louro, radicada em Nova York, traz a tendência que conquistou a Geração Millennial: peças vintage com cara da vovó e paleta vibrante de cores

                                    

O estilo Grandmillennial é uma mistura de casa da avó (Grandmother em inglês) com o olhar dos Millennials. Foto: Romulo Fialdini

Os monocromáticos neutros e as variações de bege e cinza têm tido presença predominante na decoração há anos. Comumente associados à ideia de sofisticação e à sensação de calma, esta tendência ganhou ainda mais visibilidade com a crescente relevância das redes sociais e facilidade de acesso a informações e novidades. Divulgado em todas as revistas e livros de decoração, e presente nos quartos de hotéis e nas casas de influencers, o bege no bege e o cinza no cinza se tornaram um desejo de consumo e até mesmo uma classificação de status.

Muitos detalhes e paleta vibrante, como se estivéssemos entrando em um brechó: isso é Grandmillennial. Foto: Romulo Fialdini

Recentemente, acompanhamos algumas variações nos ambientes monocromáticos, que passam dos neutros para os vibrantes e alegres. Percebemos uma paleta de cores que foge dos tons frios e corre para os terrosos e quentes. Vemos lares diferentes, mais aconchegantes, com cara de habitado. Notamos paredes revestidas com tecidos de estampas botânicas, cortinas iguais e móveis em cores complementares. Com abajures Fermoie plissados, estampas e materiais clássicos com acréscimos de caprichos, móveis robustos e arredondados, tapetes e objetos abstratos com ar divertido – como os vistos nos designs do Memphis Group, nos anos 80 – entramos em uma cápsula do tempo de volta a nossa juventude e finais de semanas na casa dos avós. Várias gravuras nas paredes, rattan e vime dentro de casa, porta-retratos espalhados, mantas que parecem ter sido usadas e livros com aparência de lidos.

A busca por um espaço “vivido”, livros com cara de lidos e tapetinhos gastos: o segredo dessa decoração. Foto: Romulo Fialdini

Curiosamente, esta transição não foi influenciada por designers mais tradicionais ou por famílias que cresceram e viveram com um estilo similar dentro de casa. Ela ocorreu graças aos jovens, entediados com os tons de cinza e inspirados por aquilo que os fazem felizes. Este grupo de jovens, entre seus 20 e 30 anos, busca um lar que reflita suas personalidades e conte suas histórias, e com isso, crie uma abordagem mais eclética ao design, misturando peças de época e estilo ao moderno e contemporâneo, acrescentando sempre o seu toque de “faça-você-mesmo”. O Grandmillennial é uma mistura de casa da avó (Grandmother em inglês) com o olhar dos Millennials.

Aquele espelho que a gente via na casa da vovó está em alta. Foto: Romulo Fialdini

Diferente do maximalismo, esta tendência tem como meta criar um lar único, que compartilhe os hobbies dos seus moradores, exponha objetos de viagens, preferências de cores e fotos de pessoas e momentos alegres, sendo sempre aconchegante e convidativo. Sem ser sobrecarregado e sem grandes exageros em acessórios, os Grandmillennials querem viver em um lar que os reflita e mostre quem eles são e o que os faz felizes, é mais importante do que o que a moda dita e aquilo que se vê em revistas e redes sociais. Nada é tão precioso que precise ser perfeito, e mais vale investir em um lar que seja seu do aquele que poderia pertencer a qualquer um.

Mix de referências e objetos pessoais em harmonia para refletir o estilo de vida do morador. Foto: Romulo Fialdini

Curtiu o estilo Grandmillennial? Conta pra gente aqui nos comentários se você tem alguma peça em casa que poderia compor esse estilo de decoração que cresce entre os mais jovens. E lembre-se que o site da Urban Arts tem diversas opções que se encaixam nessa tendência.

Fotos: Romulo Fialdini

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