Exposição em Londres faz jus ao legado da italiana que por séculos teve suas obras assinadas pelo pai ou outros homens e reaviva o interesse pela arte “exagerada”
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Se hoje as mulheres buscam mais visibilidade no mercado de arte, imagine como era complicado existir no século 16 tentando romper barreiras e preconceitos. Artemisia Gentileschi (1593-1653) foi uma pintora barroca italiana que durante muito tempo depois de sua morte não teve sua obra reconhecida. Suas peças foram atribuídas a seu pai e outros homens que faziam parte de seu círculo de amizades.
Sua maior pintura, Susanna e os Anciãos, foi, por muito tempo, atribuída a seu pai, Orazio Gentileschi. . Ela tinha apenas dezessete anos quando completou a tela, o que apenas alimentou a teoria de que era o trabalho de seu pai e não dela. Também recentemente, especialistas corrigiram outra atribuição incorreta de uma obra de Artemisia – a pintura Davi e Golias é dela. O restaurador Majo Prieto Pedregal, trabalhando para o Simon Gillespie Studio, descobriu a assinatura da artista durante um processo de limpeza. La grande dimenticata, diriam os italianos ( A grande esquecida).
Para reparar em parte um erro histórico e fazer jus ao legado de uma das artistas mais importantes da história da arte, a National Gallery de Londres abre a partir de amanhã, 3 de outubro, uma exposição com obras de Artemisia. O público poderá ver o mundo pelos olhos da artista e também ouvir uma representação da voz dela lendo cartas, sendo que algumas delas serão expostas e nunca foram vistas antes.
Movimentos como o #MeToo jogaram luz sobre as obras de Artemisia, que usou a arte para superar o trauma de um estupro. Cada vez mais reconhecida, uma obra sua chegou a ser vendida por mais de 6 milhões de dólares em 2019, quebrando um recorde.
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